segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Minha Prece Em Forma De Pressa.

Não vim dar Feliz Ano Novo.

Nem retroceder à esquinas que me deixam mais confuso ainda com o caminho da volta.

Esse provavelmente seja meu último registro aqui neste ano.

Eu não queria falar do corpo, minha cabeça ou minha boca, eu queria falar da alma. não como o mundo vê minha alma, mas como minha alma vê o mundo. Porque sem corpo, prazer e dinheiro talvez seja possível chegar mais perto da imparcialidade.

Minhas expectativas não foram destruídas, continuo com os mesmos sonhos: fazer um filme, pular de para-quedas, viver um amor doentio e mudar o mundo.


Digno, agora alguém bate palma, outro xinga, dois tiros, alguém cai no chão, outro bate a porta, ainda estou no palco, as luzes se apagam.

Algumas pessoas acreditam em Deus, eu acredito no amor. Na música, Na saudade.

Acredito no poder do acredito, em tudo o que foi dito e em
tudo que eu morri antes de nascer. Em tudo que me tatuo e que me foi escrito.
Acredito no sino, na sina e no poder do vento, que me faz voar pra longe enquanto eu agarro mãos estranhas e beijo com os lábios secos.


Acredito em mães mais calmas, em tempos mais severos, em abraços apertados e lágrimas que recitam textos. Em pássaros que perdem as asas, em asas que procuram pássaros. Num menino que só queria saber voar.

Eu acredito nas cores, no vento, na pressa presos na fumaça desse quarto.
Eu acredito em luzes, em morte, em tempo, de vida. Eu acredito no som da brisa que basta, no calor do Sol que cega, na calma da vida que mata.
E o tempo nos leva pra mais um ano...

Eu não contei os dias mas o vento mudou as folhas do calendário, eu não soprei as velas mais já me cantaram aniversário, eu não troquei as roupas mas mudaram-me o armário.

Troca o dia, troca a noite, o corpo tá calado. O corpo levanta. Acalma-me os nervos e me empurra de lado, torce a garganta. O corpo fala, mas a alma canta.


Já recitei por prosa, já destilei dúvidas em coro combinado, já mudei de roupa mesmo sem armário.

Troca-me o corpo, é o que me resta.

Pulmão podre, fígado intoxicado, coração aberto.

Acredito no corpo doente, na alma que canta, na vida, na pressa.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Porra Da XXXXXX É Minha!

Sem drama.

O dia amanheceu de bom humor e eu quero manter a compostura.

Você recebe duas ligações, uma de um idiota e outra de uma pessoa que você não lembrava o nome.

Você não carrega mais insultos, insultos são pesados e você é fraco. Melhor ser fraco.

Põe seu velho jeans, seus tênis que aguentam a chuva e abre e fecha o portão, sem dizer uma palavra.

Agora você conversa com uma velha e boa amiga, trocam informações, e começam as revelações.


Começaremos pelas causas, ou tapas se preferir,

Tapa 1, no peito.

O Homem que você conheceu na balada não responde sua mensagem, nem te add no msn. A Rejeitada!

Tapa 2, na cara.

O Homem que você tá saindo é um imbecil, um galinha, um falso. Sua amiga arranca a máscara dele pra você, esfrega a mandioca da verdade no rabo da criatura e menstrua o ódio real dela por ele, muito bem justificado por sinal.

Tapa 3, no cu, e com luva de arame farpado (senão não seria um tapa ruim neah, tipo no cu, é de boa neah)

O Homem que você gosta quer te apresentar o melhor amigo dele. ¬¬' Morri, Cagay, Payday! Me passa o canivete produção?


Consequência, us remédiu!

Auto-massagem no peito: Porque o boy da balada não te merece e você linda do jeito que você é, já dizia Bruno Mars.

Faz uma make belíssima pra tampa os roxo da cara: Você sabia que acabaria assim, quando é que não acaba assim? Tá vendo, você é inteligente além di linda!

Encara us machucado e entrega o edy pru primeiro ki você ver: Nesse caso é melhor pegar o amigo mesmo, é o que tem, e mostra que você não deixará de ser feliz por causa de um infeliz desse.


Adoro dar conselhos pra mim mesmo, digno.

A Lição.

A Resposta não está nos livros, não está nos filmes, nem no youporn que você vê quando tá carente. Ela tá no seu sono, suas roupas e sua página do face.

Qué vê?

Pare de dormir a noite, inverta seus horários e desenverta, você vai ficar atortoado, com a rotina movimentada e sissentindo importante, é bom pra auto-estima.

Faz compras querida, você merece, leva aquela amiga rica e de bom gosto também, tá. fica a dica. Faz bem pra auto-imagem.

Na sua página do face você põe solteira de novo, compartilha isso com as pessoas, veja as opções, e se não agradar, nós temos a noite toda pra nos jogar, fica relax que esse é o luxo da solteirice. Faz bem pro cu.

A Fênix.

Agora eu acordo, boto Rihanna pra tocar e ascendo meu cigarro. Esqueço que existe Telephone, e valorizo quem se dá o próprio valor.


Perdão pela loucura e sinceridade, algumas pessoas precisam perceber algumas coisas.

Você que leu e não entendeu nada querida, relaxa! Você deve ser menor de idade ou virgem ainda. Daqui um tempo os boy vão ficar querendo te chupar, te meter. Fica calma, é gostoso. Você só não pode se apressar.

E pra você que já é meio gasta e mesmo sim não entendeu, pense assim "viado é tudo atormentado mesmo, aí como esse Lineker é depravado", depois disso você pega seu dedinho, põe um filme do Frota e brinca de amor com você mesma.

E se você for evangélica e não gostar de se masturbar, escuta uma música benção e vamo brinca cas barbie...


Obrigado pela atenção.

Você, homem gostoso que me desejava e agora ficou com medo, não é assim com todos tá, vem me conhecer primeiro.

Botaoteca - Instant Button Garota da Laje

;) Fica a dica.
HAUHSAUHSUAHSUAHS!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Traíra ao molho de glitter com raspas de safadeza

A história já começa com final triste.

A culpa não é minha.

Pessoas que realmente amam pessoas tem deveres e desejos a cumprir.

Nunca fiz realmente parte desse grupo seleto e sadomasoquistas, de qualquer maneira você sofre, o desafio é escolher por quem.


Já disse que não me culpo, eu não fazia parte da corrente, eu fui apenas o calor que fez a corrente ficar mais frágil, o calor triste, de olhos confusos, mas convictos, o charme é aparentar não saber o que acontece, o charme é ser casual e imoral sem perder o caráter, muito menos o brio.

A corrente quebrou em menos de uma semana, se fosse aço duraria mais alguns meses, e se fosse pelo menos sincera não chegaria nem perto do calor.


É normal se sentir imoral, ilegal e sem amor próprio, pecado é prazer, e se as estações fossem todas ensolaradas não haveria chuva para fertilizar o ódio e a ganância, a saudade e o amor doentio.

Imoral, nunca foi novidade.
Ilegal, quem nunca?
Sem amor próprio, só quando eu bebo muito.

A Receita!

Vamos aos ingredientes amiguinha:

1 Casal feliz e instável, formado por sexo, distância e orgulho
1 Pessoa qualquer, tão qualquer que ele fazia o que queria, fingindo não saber o que fazia
1 Uma tarde de Sol
3 pecados de sua preferência, sendo um deles especificamente a luxúria
1 Ambiente tranquilo, porém movimentado pra gerar polêmica
Uma pitada de retardo mental.

E agora, como faaaaz?

Numa tarde de Sol, acrescente os pecados a uma das pessoas do casal, misture com a pessoa qualquer em um ambiente tranquilo, porém movimentado pra gerar polêmica, e dê um toque final com o retardo mental.

Tá pronto querida, agora você pode levar a mesa com uma boa DR em calda e de preferência sirva quente, beeeeem quente!

Essa foi nossa receita de Traíra ao molho de glitter com raspas de safadeza.

Agora é só saborear!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Crianças

A mesma tragicomédia da infância.

Eu que achei que era crescido, eu que achei que era moço grande e decidido.
Descobri que sou e sempre serei um menino.

Tudo mudou rápido ao mesmo tempo devagar.
Tudo foi tão difícil ao mesmo tempo tão divertido.
Eu continuo falando muito de mim, sendo sincero e egocêntrico ao mesmo tempo, é como se o brilhantismo e o ridículo habitassem o mesmo corpo, e eu acho que é bem isso.

Lembranças.

Aos 5 ele tem sua vida dividida pelos outros, metade papai metade mamãe. Ele não entende direito o que é isso, mas pra quem nunca viveu o comum, o incomum é a realidade mais verdadeira e sincera que ele tem. Nada como o costume.

Aos 18 ele tem sua vida dividida por si mesmo, seu personagem puro e determinado, seu personagem perverso e preguiçoso, seu personagem que entrega todos os músculos do seu corpo por um prazer que nem ele mesmo sabe julgar porque é necessário. Ele não deixa de sentir medo, tampouco o arrepio, ele se entrega de todas as maneiras que alguém confuso pode se oferecer.


Aos 8 ele é obrigado a conviver com destinos e morais diferentes dos seus, por mais incompleto que fosse seu caráter de criança, ele sentia que sua perspectiva ia muito além da janela do 14º andar de um apartamento em São Bernardo. Ele se achava um herói, um diferente, alguém com todos os sonhos guardados pra explodirem na cara de quem o confrontasse, mas ele era uma criança, suas crenças não saiam da porta de seu quarto.

Aos 18 ele por decisão escolhe conviver com destinos e morais ainda mais diferentes dos seus, por escolha, ele descobre que tem escolha, por mínima que fosse, é ele quem decide se deve viver ou morrer. E por mais mortas que possam estar suas expectativas ele as maquia, o defunto fica atraente. O melhor de tudo, o defunto é máscara, seu potencial nunca brilhou tanto. Ele faz da desorientação seu mapa e do mistério solucionado e feliz o grand finale das suas metas, que ele jura que serão alcançadas.


Aos 10 ele muda de casa e rotina, brinca com cães que são lobos, escuta vozes que são choro, seu olho brilhava, mas ele não sabia se era alegria ou desespero, ele se julgava muito novo pra entender tudo aquilo, então ele faz da ingenuidade sua arma mais preciosa.

Aos 18 ele está numa casa e rotina diferente de 8 anos atrás, os lobos já devoraram parte de seu fígado, as vozes são gritos e o choro fora abafado a muito tempo, seu olho continua brilhando de desespero e alegria, ele teve que aprender o que era isso, e por mais estranho que pareça ele se orgulha da contradição, se orgulha de viver roteiros diferentes da mesma história, ele é obrigado a mudar de personagem periodicamente, e é isso que o faz forte.


Aos 14, começa a confusão, a parte da história que mais se assemelha com o inferno, se o inferno for o que ele pensa. Sua vida sexual é posta em pauta publicamente, é expulso de casa por um motivo tão ridículo quanto uma morte por engasgo e é nessa parte que ele realmente descobre que não nasceu pra ser o mocinho feliz e contente da história.

Aos 18 as respostas foram dadas e toda a humilhação dos 14 anos se volta contra quem as fez, ele admira quem é, isso que faz seus pecados não fazerem sentido. Ele se torna protagonista, vilão e ídolo de seu universo caleidoscópico.


Aos 17, o mundo se torna maior do que já é, todos os estímulos do seus corpo se voltam ao prazer, todas as vontades do seu corpo nunca foram tão compreendidas. Acho que é nessa parte que ele descobre o valor da sinceridade. Ele chega a conclusão de que todos são prostituídos até onde não fere o caráter. Ele vê o mundo com olhos de neon, ele vê o mundo todo ali do lado, ele agarra as chances com tanta força que as esmaga, ele voltou a ser ingênuo. Chegou a mesma conclusão dos seus 5 anos, o incomum é sua realidade mais verdadeira. A arte de gritar no escuro, qualquer coisa, pra quem quer que seja.

Aos 18 ele escreve e pensa que tem os mesmos problemas de sua infância, a diferença é que não existem príncipes, princesas, fadas, certo, errado, dragão, caverna, luz, nunca existiram conclusões. Existiram marcas, feridas que gritam mais alto que nossa voz. Não precisa falar, é só sentir. Agora ele ri, gostaria que depois de ler tudo isso ele escutasse o silêncio, seguido do ranger de uma balança no parque, ele segura a balança com as duas mãos, escuta o sinal e volta pra sala de aula: o recreio acabou.

Nunca houve recreio, nunca houve parque muito menos o ranger da balança.
Toda essa brincadeira era um ensaio da sua ingenuidade, ele podia não voltar pra aula quando escutasse o sinal, mas se fingia de domado e ensinado, ele faz isso até hoje.

E é por se um menino que faço da ingenuidade uma arma, os brinquedos da ganância perderam a graça. A tendência é matar insetos com sorriso, matar os sonhos por fora e deixá-los brilhar por dentro, até que tudo explode e você descobre que era ingênuo mesmo quando não queria ser.

Morreremos crianças, e eu amo ainda rir como menino.