Eu não sei como começar, porque talvez essa história não tenha começo.
Tudo acontece num tropeço de criança, e as mãos que te salvam foram as mesmas que te deixaram cair.

Não existe história de amor. Não existe limite, nem dia de sorte. É um caso de fraqueza do orgulho que descarrilha pra carência.
No dia seguinte as pessoas voltam ao normal, mesmo dividindo a mesma cama, eles fingem que não se conhecem.
É o que o orgulho permite; é o que eu me limito a fazer, já que não sei ler mentes.
Tapas no peito, na cara, no ego. O universo das atitudes cria a fantasia perfeita pra uma história mal resolvida, que nunca teve motivos ou explicações. A gente finge que nada aconteceu, o jeitinho tímido e meigo de ser tapa a ferida com um sorriso.
Silêncio e brigas, esse é o contexto.
O trágico nunca foi tão cômico. Cuspir palavrões e engolir indecisões.

O mais prazeroso: ninguém perde ninguém, ninguém deixa de amar ninguém, porque ninguém se ganha, ninguém se ama, ou pelo menos não se permite ser.
A sobriedade não faz parte dessa história.
Nossos pais não nos ensinaram a lidar com isso; nem toda experiência do mundo entende o amor, a paixão ou o puro impulso do tesão que seja.
Meus joelhos estão ralados, minhas roupas pra lavar e minha cabeça tentando decifrar meus enigmas desconexos, sem contexto histórico ou base teórica.

Repito: eu não sei lidar com isso. Continuarei não sabendo até você me dar explicações, e como nunca dará, permanecerei não sabendo.
E como nunca houve despedida, não vejo porque haver alguma agora.
Até o acaso.
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