quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Brutalidade Inconsciente

Palavras e espinhos.

Ferem-me como fogo, passado bem devagar e concientemente pela pele.

Frases, histórias, casos e acasos, vividos ou inventados, fatos e fatores perdidos na sua cabeça, comédias e tragédias que interagem por diversão.

Palavras que saem da sua boca e que vão ao meu ouvido.


Palavras como serpas quentes, que devagarosamente machucam a pele, são duras de se ouvir e mais dolorosas ainda quando se entende.

A conveniência não te convém quando o assunto é cuspir no meu humor e enterrar minhas esperanças, mas acho que você não sente, sua boca deve ser inocente, o mal há nos meus ouvidos, que fazem de histórias claras, contos dramáticos de príncipes escondidos, mortos ou inibidos.

Parando pra pensar, o futuro não vale nada, todas as tramas que eu planejei ainda não existem, talvez nunca existam, o único fato presente e marcante é o passado, que te aprisiona em ideologias rústicas e me faz cada vez mais distante de alguém conformado.

Dor.

Crio a dor.

Faço desta constante.

O importante não é ter o que se quer, é sentir dor, e entender por que não se tem, porque talvez nunca terá e porque nunca teve. Entender-se, te faz digno de respostas suas. Não se engole teorias do vento quando se está embaixo da terra.


Entendo-me comigo mesmo, crio a teoria do incompreensível e desenvolvo a arma da "dessolução". Uma mente fria e moldada à rejeição, num corpo quente e sedento a redenção, numa alma frágil que só deseja confusão.

Rejeição: força do só, a rejeição não se conversa, não se entende, impossibilita a chance da leitura e compreensão do que se quer. Rejeição é cansaço de tentar.

Redenção: entrega do só, rendição ao inesperado, ao operante, ao momentâneo, aqui, agora e com a força que for. Redenção é cansaço de lutar.

Confusão: debilidade do sóbrio, realidade distorcida pela mente sã, raiva convertida em afeto, depois afeto que se torna raiva. Confusão é cansaço de entender.


A brutalidade das palavras me cansa. De tentar, lutar e entender.

Permanecerei desiludidamente vivo, pacificamente vivo, confuso e vivo.

O coração fraco que pulsa aqui dentro está cansado, mas ainda está vivo.

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