quinta-feira, 15 de julho de 2010

Roteiro da Mudança


Eu costumava ser mais forte.

Ruim por menos, forte por menos ainda.

Acho que quando as molduras de ouro saem das obras de arte fica difícil diferenciar Monet de um pintor de rua.

Aprendi a rir independente da situação, por mais doloroso que seja cada fase eu sei que são fases, e sei que você sabe que são fases, tudo são fases. Não há remédios para o tempo, nem antídoto para a insanidade.

Enquanto alguns resolvem tomar Diazepan, eu resolvi tomar outro caminho mesmo sendo o antidepressivo um remédio que não falte na minha casa, não que eu esteja depressivo, ou que o depressivo só é usado em casos de depressão, NÃO! Ele é bom para o tédio, para o falso, e até para o comum. Se você é comum demais, sabe? Se eu fosse comum eu tomaria antidepressivos, eu me entediaria comigo mesmo se fosse normal.

Pois então, acho que é do nosso natural sair de fases de melancolia com acontecimentos pequenos, que vão nos desabrochando devagar.

Segue passo a passo o que foi me transformando...

Primeiro eu vi isso...


" Eu só, me senti como uma aberração, o que eu estou tentando dizer é que eu quero libertá-los, eu quero livrá-los de seus medos, e fazê-los sentir que eles podem criar seu próprio espaço no mundo" Lady Gaga

Já é clichê que eu AMO a Gaga, mas o que eu mais aprecio em um artista que eu gosto é que ele demonstre conteúdo, quando isso acontece eu já fico feliz, ainda mais se o que ele disser é simplesmente tudo o que você precisava ouvir.

Segundo, eu me senti cego, eu só queria encontrar as palavras certas e lembrar da imagem de alguém, qualquer pessoa que fosse, um amor passado, um amigo presente, ou um estranho que me surpreenda.

Aí eu encontrei uma certa tranquilidade em um som... foi coincidência. E como eu adoro coincidências.

Agridoce é um projeto da Pitty e do Martin, guitarrista da banda dela. Tem um som meio folk e delicioso de escutar. A música é suave, mesmo subentendendo-se que se fala de morte, permanece suave. Docemente apocaliptica, eu adoro a Pitty por isso.





Alguns conteúdos pedem reflexões, e depois de algumas reflexões...

Terceiro, um filme. Nada me deixa tão visualmente satisfeito quanto um filme, exceção ao apelo sexual. Foi então que eu descobri...

Dogville


Atuação incrível de Nicole Kidman, direção por Lars Von Trier simplesmente sensível, cenário comum, pessoas comuns, uma história de maldade comum, filmada em palco de teatro, extremamente inovador, Lars foi muito além do convencional termo do comum, mostrou que pessoas comuns são tão moralmente anormais quanto seus próprios pesadelos. O desprezo pelo inalcançável, o cansaço pelo inovador e a ternura nos olhos de quem deseja a morte. Obrigado Lars, Dogville é um banho na ética conservadora, um banho de sangue, lama e verdades, para quem sabe se aproveitar das suas próprias desvantagens.

Quarto, fui a uma livraria e deitei na cama do meu quarto, estou lendo O Clube do Filme, de David Gilmour.


O Livro é o caso real contado pelo pai de um adolescente extremista que odiava a escola, o pai o propôs sair da escola, só que em troca ele devia ver toda a semana 3 filmes acompanhado do pai, que era crítico de cinema... (eu ainda estou lendo, não sei muito mais)

Parece ser bom. A lição que eu tiro desse livro eu não sei ainda, mas pelo que aparenta é uma história de amor e confiança entre pai e filho, sabedoria e rebeldia.

Se o final não for bom/feliz, eu encarno a Björk em dançando no escuro e canto e me encanto sozinho.

Um dia a gente cansa de finais infelizes, tenta fazer que pelo menos o nosso siga a trajetória da felicidade, sorri no meio da história para que sobressaiam vestígios da alegria, se for mentira faça dessa fingir para a própria alma.

Simples, como o cotidiano. Basta tempo. O que me frustra é a impaciência... então minta até dar o tempo necessário.

Um comentário:

  1. Depois assiste o Manderley que é meio que uma continuação que também é muito bom!
    e o livro então nem se fala, hahaha!
    Boa sorte na leitura e na vida!

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