segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Minha Prece Em Forma De Pressa.

Não vim dar Feliz Ano Novo.

Nem retroceder à esquinas que me deixam mais confuso ainda com o caminho da volta.

Esse provavelmente seja meu último registro aqui neste ano.

Eu não queria falar do corpo, minha cabeça ou minha boca, eu queria falar da alma. não como o mundo vê minha alma, mas como minha alma vê o mundo. Porque sem corpo, prazer e dinheiro talvez seja possível chegar mais perto da imparcialidade.

Minhas expectativas não foram destruídas, continuo com os mesmos sonhos: fazer um filme, pular de para-quedas, viver um amor doentio e mudar o mundo.


Digno, agora alguém bate palma, outro xinga, dois tiros, alguém cai no chão, outro bate a porta, ainda estou no palco, as luzes se apagam.

Algumas pessoas acreditam em Deus, eu acredito no amor. Na música, Na saudade.

Acredito no poder do acredito, em tudo o que foi dito e em
tudo que eu morri antes de nascer. Em tudo que me tatuo e que me foi escrito.
Acredito no sino, na sina e no poder do vento, que me faz voar pra longe enquanto eu agarro mãos estranhas e beijo com os lábios secos.


Acredito em mães mais calmas, em tempos mais severos, em abraços apertados e lágrimas que recitam textos. Em pássaros que perdem as asas, em asas que procuram pássaros. Num menino que só queria saber voar.

Eu acredito nas cores, no vento, na pressa presos na fumaça desse quarto.
Eu acredito em luzes, em morte, em tempo, de vida. Eu acredito no som da brisa que basta, no calor do Sol que cega, na calma da vida que mata.
E o tempo nos leva pra mais um ano...

Eu não contei os dias mas o vento mudou as folhas do calendário, eu não soprei as velas mais já me cantaram aniversário, eu não troquei as roupas mas mudaram-me o armário.

Troca o dia, troca a noite, o corpo tá calado. O corpo levanta. Acalma-me os nervos e me empurra de lado, torce a garganta. O corpo fala, mas a alma canta.


Já recitei por prosa, já destilei dúvidas em coro combinado, já mudei de roupa mesmo sem armário.

Troca-me o corpo, é o que me resta.

Pulmão podre, fígado intoxicado, coração aberto.

Acredito no corpo doente, na alma que canta, na vida, na pressa.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Porra Da XXXXXX É Minha!

Sem drama.

O dia amanheceu de bom humor e eu quero manter a compostura.

Você recebe duas ligações, uma de um idiota e outra de uma pessoa que você não lembrava o nome.

Você não carrega mais insultos, insultos são pesados e você é fraco. Melhor ser fraco.

Põe seu velho jeans, seus tênis que aguentam a chuva e abre e fecha o portão, sem dizer uma palavra.

Agora você conversa com uma velha e boa amiga, trocam informações, e começam as revelações.


Começaremos pelas causas, ou tapas se preferir,

Tapa 1, no peito.

O Homem que você conheceu na balada não responde sua mensagem, nem te add no msn. A Rejeitada!

Tapa 2, na cara.

O Homem que você tá saindo é um imbecil, um galinha, um falso. Sua amiga arranca a máscara dele pra você, esfrega a mandioca da verdade no rabo da criatura e menstrua o ódio real dela por ele, muito bem justificado por sinal.

Tapa 3, no cu, e com luva de arame farpado (senão não seria um tapa ruim neah, tipo no cu, é de boa neah)

O Homem que você gosta quer te apresentar o melhor amigo dele. ¬¬' Morri, Cagay, Payday! Me passa o canivete produção?


Consequência, us remédiu!

Auto-massagem no peito: Porque o boy da balada não te merece e você linda do jeito que você é, já dizia Bruno Mars.

Faz uma make belíssima pra tampa os roxo da cara: Você sabia que acabaria assim, quando é que não acaba assim? Tá vendo, você é inteligente além di linda!

Encara us machucado e entrega o edy pru primeiro ki você ver: Nesse caso é melhor pegar o amigo mesmo, é o que tem, e mostra que você não deixará de ser feliz por causa de um infeliz desse.


Adoro dar conselhos pra mim mesmo, digno.

A Lição.

A Resposta não está nos livros, não está nos filmes, nem no youporn que você vê quando tá carente. Ela tá no seu sono, suas roupas e sua página do face.

Qué vê?

Pare de dormir a noite, inverta seus horários e desenverta, você vai ficar atortoado, com a rotina movimentada e sissentindo importante, é bom pra auto-estima.

Faz compras querida, você merece, leva aquela amiga rica e de bom gosto também, tá. fica a dica. Faz bem pra auto-imagem.

Na sua página do face você põe solteira de novo, compartilha isso com as pessoas, veja as opções, e se não agradar, nós temos a noite toda pra nos jogar, fica relax que esse é o luxo da solteirice. Faz bem pro cu.

A Fênix.

Agora eu acordo, boto Rihanna pra tocar e ascendo meu cigarro. Esqueço que existe Telephone, e valorizo quem se dá o próprio valor.


Perdão pela loucura e sinceridade, algumas pessoas precisam perceber algumas coisas.

Você que leu e não entendeu nada querida, relaxa! Você deve ser menor de idade ou virgem ainda. Daqui um tempo os boy vão ficar querendo te chupar, te meter. Fica calma, é gostoso. Você só não pode se apressar.

E pra você que já é meio gasta e mesmo sim não entendeu, pense assim "viado é tudo atormentado mesmo, aí como esse Lineker é depravado", depois disso você pega seu dedinho, põe um filme do Frota e brinca de amor com você mesma.

E se você for evangélica e não gostar de se masturbar, escuta uma música benção e vamo brinca cas barbie...


Obrigado pela atenção.

Você, homem gostoso que me desejava e agora ficou com medo, não é assim com todos tá, vem me conhecer primeiro.

Botaoteca - Instant Button Garota da Laje

;) Fica a dica.
HAUHSAUHSUAHSUAHS!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Traíra ao molho de glitter com raspas de safadeza

A história já começa com final triste.

A culpa não é minha.

Pessoas que realmente amam pessoas tem deveres e desejos a cumprir.

Nunca fiz realmente parte desse grupo seleto e sadomasoquistas, de qualquer maneira você sofre, o desafio é escolher por quem.


Já disse que não me culpo, eu não fazia parte da corrente, eu fui apenas o calor que fez a corrente ficar mais frágil, o calor triste, de olhos confusos, mas convictos, o charme é aparentar não saber o que acontece, o charme é ser casual e imoral sem perder o caráter, muito menos o brio.

A corrente quebrou em menos de uma semana, se fosse aço duraria mais alguns meses, e se fosse pelo menos sincera não chegaria nem perto do calor.


É normal se sentir imoral, ilegal e sem amor próprio, pecado é prazer, e se as estações fossem todas ensolaradas não haveria chuva para fertilizar o ódio e a ganância, a saudade e o amor doentio.

Imoral, nunca foi novidade.
Ilegal, quem nunca?
Sem amor próprio, só quando eu bebo muito.

A Receita!

Vamos aos ingredientes amiguinha:

1 Casal feliz e instável, formado por sexo, distância e orgulho
1 Pessoa qualquer, tão qualquer que ele fazia o que queria, fingindo não saber o que fazia
1 Uma tarde de Sol
3 pecados de sua preferência, sendo um deles especificamente a luxúria
1 Ambiente tranquilo, porém movimentado pra gerar polêmica
Uma pitada de retardo mental.

E agora, como faaaaz?

Numa tarde de Sol, acrescente os pecados a uma das pessoas do casal, misture com a pessoa qualquer em um ambiente tranquilo, porém movimentado pra gerar polêmica, e dê um toque final com o retardo mental.

Tá pronto querida, agora você pode levar a mesa com uma boa DR em calda e de preferência sirva quente, beeeeem quente!

Essa foi nossa receita de Traíra ao molho de glitter com raspas de safadeza.

Agora é só saborear!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Crianças

A mesma tragicomédia da infância.

Eu que achei que era crescido, eu que achei que era moço grande e decidido.
Descobri que sou e sempre serei um menino.

Tudo mudou rápido ao mesmo tempo devagar.
Tudo foi tão difícil ao mesmo tempo tão divertido.
Eu continuo falando muito de mim, sendo sincero e egocêntrico ao mesmo tempo, é como se o brilhantismo e o ridículo habitassem o mesmo corpo, e eu acho que é bem isso.

Lembranças.

Aos 5 ele tem sua vida dividida pelos outros, metade papai metade mamãe. Ele não entende direito o que é isso, mas pra quem nunca viveu o comum, o incomum é a realidade mais verdadeira e sincera que ele tem. Nada como o costume.

Aos 18 ele tem sua vida dividida por si mesmo, seu personagem puro e determinado, seu personagem perverso e preguiçoso, seu personagem que entrega todos os músculos do seu corpo por um prazer que nem ele mesmo sabe julgar porque é necessário. Ele não deixa de sentir medo, tampouco o arrepio, ele se entrega de todas as maneiras que alguém confuso pode se oferecer.


Aos 8 ele é obrigado a conviver com destinos e morais diferentes dos seus, por mais incompleto que fosse seu caráter de criança, ele sentia que sua perspectiva ia muito além da janela do 14º andar de um apartamento em São Bernardo. Ele se achava um herói, um diferente, alguém com todos os sonhos guardados pra explodirem na cara de quem o confrontasse, mas ele era uma criança, suas crenças não saiam da porta de seu quarto.

Aos 18 ele por decisão escolhe conviver com destinos e morais ainda mais diferentes dos seus, por escolha, ele descobre que tem escolha, por mínima que fosse, é ele quem decide se deve viver ou morrer. E por mais mortas que possam estar suas expectativas ele as maquia, o defunto fica atraente. O melhor de tudo, o defunto é máscara, seu potencial nunca brilhou tanto. Ele faz da desorientação seu mapa e do mistério solucionado e feliz o grand finale das suas metas, que ele jura que serão alcançadas.


Aos 10 ele muda de casa e rotina, brinca com cães que são lobos, escuta vozes que são choro, seu olho brilhava, mas ele não sabia se era alegria ou desespero, ele se julgava muito novo pra entender tudo aquilo, então ele faz da ingenuidade sua arma mais preciosa.

Aos 18 ele está numa casa e rotina diferente de 8 anos atrás, os lobos já devoraram parte de seu fígado, as vozes são gritos e o choro fora abafado a muito tempo, seu olho continua brilhando de desespero e alegria, ele teve que aprender o que era isso, e por mais estranho que pareça ele se orgulha da contradição, se orgulha de viver roteiros diferentes da mesma história, ele é obrigado a mudar de personagem periodicamente, e é isso que o faz forte.


Aos 14, começa a confusão, a parte da história que mais se assemelha com o inferno, se o inferno for o que ele pensa. Sua vida sexual é posta em pauta publicamente, é expulso de casa por um motivo tão ridículo quanto uma morte por engasgo e é nessa parte que ele realmente descobre que não nasceu pra ser o mocinho feliz e contente da história.

Aos 18 as respostas foram dadas e toda a humilhação dos 14 anos se volta contra quem as fez, ele admira quem é, isso que faz seus pecados não fazerem sentido. Ele se torna protagonista, vilão e ídolo de seu universo caleidoscópico.


Aos 17, o mundo se torna maior do que já é, todos os estímulos do seus corpo se voltam ao prazer, todas as vontades do seu corpo nunca foram tão compreendidas. Acho que é nessa parte que ele descobre o valor da sinceridade. Ele chega a conclusão de que todos são prostituídos até onde não fere o caráter. Ele vê o mundo com olhos de neon, ele vê o mundo todo ali do lado, ele agarra as chances com tanta força que as esmaga, ele voltou a ser ingênuo. Chegou a mesma conclusão dos seus 5 anos, o incomum é sua realidade mais verdadeira. A arte de gritar no escuro, qualquer coisa, pra quem quer que seja.

Aos 18 ele escreve e pensa que tem os mesmos problemas de sua infância, a diferença é que não existem príncipes, princesas, fadas, certo, errado, dragão, caverna, luz, nunca existiram conclusões. Existiram marcas, feridas que gritam mais alto que nossa voz. Não precisa falar, é só sentir. Agora ele ri, gostaria que depois de ler tudo isso ele escutasse o silêncio, seguido do ranger de uma balança no parque, ele segura a balança com as duas mãos, escuta o sinal e volta pra sala de aula: o recreio acabou.

Nunca houve recreio, nunca houve parque muito menos o ranger da balança.
Toda essa brincadeira era um ensaio da sua ingenuidade, ele podia não voltar pra aula quando escutasse o sinal, mas se fingia de domado e ensinado, ele faz isso até hoje.

E é por se um menino que faço da ingenuidade uma arma, os brinquedos da ganância perderam a graça. A tendência é matar insetos com sorriso, matar os sonhos por fora e deixá-los brilhar por dentro, até que tudo explode e você descobre que era ingênuo mesmo quando não queria ser.

Morreremos crianças, e eu amo ainda rir como menino.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sou teu erro

Bailarinas em pontas de faca.
Movimentos duros e doloridos.

Foco de luz na sua cara.
Risos.

Sua dor assistida, comentada e avaliada, por uma comissão de juízes que tem tantas cicatrizes que mal vemos seus rostos.

Apaguei os SMS, as DMs, os depoimentos.
O que eu tenho são lembranças vagas, fracas e vergonhosas.

A multidão te ama quando você sangra em público.
O amor comove, emociona. A dor do amor alucina, vandaliza, te faz estrela de mortes e momentos.

Eu esqueci daquelas ligações.
Falei tudo o que queria falar.
Falei tudo o que eu não devia falar.

Existem documentos, testemunhas, vítimas e fotos.
Socos e sussurros.
Cortes, coices e cotoveladas.
Palavrões, prazer e paladar.
Promessa e perdão.
Dias longos, dias muito longos e dias que ainda não acabaram.
Forcas, fossas, força.
Um sim, um não. um sim, dois talvez. um talvez e até logo.
Disse o que não sinto, ajo como sinto.

Tantos rostos, tantos nomes.
Coloquei todos numa folha de papel, cuspi, rasguei, atirei fogo.
Amnésia.

Tão bom, tão simples, tão prático.
Placebo mental.


Fuma, fede, foda-se.
Nunca me colocaram regras, já que não sou abrigado, não me privo de impor portões de acesso blindados ao meu peito.

Como chuva, caem cacos de vidro do céu.
Ergo a cabeça, tiro as roupas, abro a boca.
Nunca foi tão doce.
Livre pra doer, livre pra sentir, livre pra morrer sem choro, viver sem dó.

Estou aberto, sou criança, sou menino novo e inocente.
Sou balança do parque, gira-gira sem lado certo pra rodar.
Sou a lágrima do teu pulso, sangue do teu olho.
Dor do seu sorriso, alegria da tua morte.
Sou teu erro.
Tua expectativa inalcançada.
Teus sonhos inalcançáveis.
Tua sorte em dias de chuva.
Teu mal em plena luz do Sol.
Sou teu medo que grita, tua fúria que acalma.
Sou tuas mãos duras, teus olhos podres.
Tua boca contaminada, teu corpo em preto e branco.
Sou teu vômito e tua sede.
Tão doce que amargo, tão amargo que amadurece.


Acordei sorrindo.

Me dou o direito de colocar uma página em branco em cima das rasuras da minha memória.

A arte de fazer da vida um jogo de sueca.

domingo, 7 de novembro de 2010

O que nossos pais não nos ensinaram

Eu não sei como começar, porque talvez essa história não tenha começo.

Tudo acontece num tropeço de criança, e as mãos que te salvam foram as mesmas que te deixaram cair.


Não existe história de amor. Não existe limite, nem dia de sorte. É um caso de fraqueza do orgulho que descarrilha pra carência.

No dia seguinte as pessoas voltam ao normal, mesmo dividindo a mesma cama, eles fingem que não se conhecem.

É o que o orgulho permite; é o que eu me limito a fazer, já que não sei ler mentes.

Tapas no peito, na cara, no ego. O universo das atitudes cria a fantasia perfeita pra uma história mal resolvida, que nunca teve motivos ou explicações. A gente finge que nada aconteceu, o jeitinho tímido e meigo de ser tapa a ferida com um sorriso.

Silêncio e brigas, esse é o contexto.
O trágico nunca foi tão cômico. Cuspir palavrões e engolir indecisões.


O mais prazeroso: ninguém perde ninguém, ninguém deixa de amar ninguém, porque ninguém se ganha, ninguém se ama, ou pelo menos não se permite ser.

A sobriedade não faz parte dessa história.
Nossos pais não nos ensinaram a lidar com isso; nem toda experiência do mundo entende o amor, a paixão ou o puro impulso do tesão que seja.

Meus joelhos estão ralados, minhas roupas pra lavar e minha cabeça tentando decifrar meus enigmas desconexos, sem contexto histórico ou base teórica.


Repito: eu não sei lidar com isso. Continuarei não sabendo até você me dar explicações, e como nunca dará, permanecerei não sabendo.

E como nunca houve despedida, não vejo porque haver alguma agora.

Até o acaso.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Três copos de vodka

Estava com minhas amigas.
Fomos no mercado.
Bebemos.
Chegamos na porta da balada, e antes de uma delas vomitar...

Você me pegou de surpresa.

Isso nunca tinha acontecido antes, um dia tinha que acontecer. E até agora eu não sei se agradeço ou me arrependo de ter conhecido você.

Eu sou à prova do tempo, à prova de mágoa, à prova de medo. Você sabe. Eu só não consigo me privar de tentar, não sou à prova de idiotices, e me provo todos os dias o quão bom nisso eu sou.


E quer saber? Eu não me arrependo.

Só de tocar na sua pele eu fico feliz, e não sei como, mas nunca vi você beijando outra pessoa. Acho que esse é teu presente pra mim. Apenas isso. Sempre foi isso.

A pessoa mais sensível do mundo, dentro da casca mais grossa do mundo.
Os únicos que costumam romper essa casca são meus pais, alguns amigos e o álcool.
Uma noite boa, uns goles e você... HUAHSAU! ironia, mas aconteceu.


Pensei rápido no que ia dizer.
Ensaiei comigo mesmo.
Ensaiei com outras pessoas.
Duas tragadas.
Lá fui eu...

Agora, depois ou nunca mais?

Perguntar se eu estava bem foi por educação ou acanhamento, não reconheci direito. Mas era óbvio que não.

Digo que sim. Assim as coisas ficam mais fáceis.

Mais vergonhoso pra você que estava bem (eu acho), menos pra mim que estava mal.

Mas a bebida passa, a ressaca vem, e pior do que ela só as lembranças. A sina das minhas lembranças sempre são a vergonha. Acho que isso não muda tão cedo.

Pra quem aos 10 anos queria fazer parte de Chiquititas.
Aos 13 estudar no Elite Way School.
Aos 15 participar do BBB.
Aos 17 viver em Skins.
Aos 18 eu ainda não descobri um sonho...


Realidade. Nunca pensei no felizes para sempre, a final, acho que foi a vergonha que me tornou a pessoa estranha e excêntrica que sou hoje. Para sempre eu sei que não existe, por isso eu prefiro o felizes, e feliz eu sempre fui, mesmo que só desejando. Tenho medo da extrema felicidade.

Agora eu peço desculpas pra mim mesmo por estar sendo ridículo, mais uma vez, mas como eu disse eu nunca me canso.

Se foi a bebida ou a exaustão eu não sei, mas um dia ia chegar a hora de eu falar alguma coisa. Eu precisava saber, e pra ser sincero até agora eu não desvendei os sinais que você deixou.

E olha que já faz mais que um ano...

Tudo começou com um oi, conterrâneo.
E acabou em três copos de vodka.

Por enquanto!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Meu Dever

Eu devia escrever mais.
Eu devia comer mais verduras.
Eu devia durmir mais cedo.
Eu devia lavar a louça.
Eu devia parar de fumar.
Eu devia sentir menos medo.
Eu devia chorar mais, ser mais sensível.
Eu devia ser menos sensível também, às vezes.
Eu devia amar mais, ou ter amado quando eu pude.
Eu devia escrever um livro.
Eu devia esquecer as gafes, os tremores e toda a lama que me deixa vermelho de vergonha de mim mesmo.
Eu devia correr na chuva pelado cantando minhas músicas.


Talvez eu devesse parar de ser tão egocêntrico também.
Eu devia escutar mais, e saber melhor quando gritar.
Eu devia me entregar mais. Antes, talvez quando era menos calejado, eu era sem medos, pura alma e paixão, agora parece que tudo tem leis, consciência e ordem.
Eu devia estar em carne-viva, sentir a emoção pura, parar de filtrar significados.


E acreditem, eu sinto falta de chorar. Estar morno é estar pior que no inferno, eu gosto de queimar, quando eu grito de dor eu me sinto vivo.

Eu devia me dar uma chance, sentar sozinho, ler minhas coisas e pensar sobre mim. Acho essencial um estudo de nós mesmos. Existem psicólogos que sabem mais de Freud do que da próprio vida. Alô, absurdo?


Eu devia parar com essa minha mania de grandeza de querer mudar o mundo em um minuto, eu nem sei onde eu vivo cacete, e se eu mudar será o meu mundo. Existem bilhões de visões de mundos diferentes, mesmo que eu pinte o meu de colorido, os que vêm cinza nunca irão ceder. Mas quem disse que eu consigo parar? É como se eu quisesse me autoafirmar a cada momento como uma pessoa diferente, transformadora e especial. Baixa auto-estima, pleonasmo, neorose ou loucura mesmo?

Tudo.


Já confessei meu exagero, não tenho porque mentir agora.

Exagero é arte. Você se encanta porque é lindo demais, se choca porque é feio demais, se lembra porque é diferente demais.

Viva ao exagero.

Eu devia continuar exagerado.

Eu devia...

É o começo perfeito pra qualquer construção plública de ilusão.

sábado, 23 de outubro de 2010

Saudade

Me senti amado, e isso mudou meu dia.

Tinha esquecido de me sentir importante...

Depois de um certo tempo sem amor, todo o carinho que recebemos parece ser chocante.
Nos toca de tal modo, que a raiz do amar te abraça e por alguns segundos você se aquece.

Me sinto um artista dentro de mim mesmo.
Meus olhos são os paparazzi do meu reflexo, e jogar o cabelo vira quase um espetáculo.

As cortinas se abrem.


Um garoto, moreno, gay e estabanado.
Um retrato de outras vidas que viveu, em encarnações presas ao seu próprio tempo. Ele é um personagem de si mesmo, como diria Clarice. Sementes que caem em sua boca, dão indigestão, e ele sem querer vomita a vida.

Por que o meu ódio é minha arte mais amada?


Talvez por ser sincero, talvez por ser a alma em carne viva, e quando se está em carne viva é impossível não impressionar.

É o mundo frio que me faz ser admirado, reconhecido e depois feliz.

Cruel, ser admirado pelo sofrimento. É a ironia do poeta. Não que eu seja poeta, estou longe da arte rimada. Mas lá no fundo sinto que minha alma é poesia, que as entranhas são tortas mas se encaixam, o pulmão escuro porém sincero, o sangue tem espinhos que me despedaçam por viver, toda vez que paro, observo e simplesmente respiro para sentir a vida.


Sinto que loucura é tendência, e fico feliz. Loucura é questionamento. Questionar é se colocar no mundo como pessoa única, errante e amante. A vontade de contagiar o mundo com essa loucura talvez me faça mais feliz ainda, poucas almas conseguem ser contagiantes.

Contagiar é se amar, respirar todo ar ao redor em sincronia, fazer da sua verdade um esconderijo pra quem procura a sua própria.

Eu amo contagiar. Amo ser contagiado. E acima de tudo amo pessoas dispostas a se contagiar com o sangue e a doçura ao redor.

É engraçado como eu amo definir coisas que não sei definir. Minhas definições são estranhas. Mas é o que eu sinto e se arrasta até minha cabeça que eu procuro escrever.

Sendo honesto, ser estranho é minha qualidade preferida.

Viva à estranheza, viva ao contágio e viva às feridas da alma.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Brutalidade Inconsciente

Palavras e espinhos.

Ferem-me como fogo, passado bem devagar e concientemente pela pele.

Frases, histórias, casos e acasos, vividos ou inventados, fatos e fatores perdidos na sua cabeça, comédias e tragédias que interagem por diversão.

Palavras que saem da sua boca e que vão ao meu ouvido.


Palavras como serpas quentes, que devagarosamente machucam a pele, são duras de se ouvir e mais dolorosas ainda quando se entende.

A conveniência não te convém quando o assunto é cuspir no meu humor e enterrar minhas esperanças, mas acho que você não sente, sua boca deve ser inocente, o mal há nos meus ouvidos, que fazem de histórias claras, contos dramáticos de príncipes escondidos, mortos ou inibidos.

Parando pra pensar, o futuro não vale nada, todas as tramas que eu planejei ainda não existem, talvez nunca existam, o único fato presente e marcante é o passado, que te aprisiona em ideologias rústicas e me faz cada vez mais distante de alguém conformado.

Dor.

Crio a dor.

Faço desta constante.

O importante não é ter o que se quer, é sentir dor, e entender por que não se tem, porque talvez nunca terá e porque nunca teve. Entender-se, te faz digno de respostas suas. Não se engole teorias do vento quando se está embaixo da terra.


Entendo-me comigo mesmo, crio a teoria do incompreensível e desenvolvo a arma da "dessolução". Uma mente fria e moldada à rejeição, num corpo quente e sedento a redenção, numa alma frágil que só deseja confusão.

Rejeição: força do só, a rejeição não se conversa, não se entende, impossibilita a chance da leitura e compreensão do que se quer. Rejeição é cansaço de tentar.

Redenção: entrega do só, rendição ao inesperado, ao operante, ao momentâneo, aqui, agora e com a força que for. Redenção é cansaço de lutar.

Confusão: debilidade do sóbrio, realidade distorcida pela mente sã, raiva convertida em afeto, depois afeto que se torna raiva. Confusão é cansaço de entender.


A brutalidade das palavras me cansa. De tentar, lutar e entender.

Permanecerei desiludidamente vivo, pacificamente vivo, confuso e vivo.

O coração fraco que pulsa aqui dentro está cansado, mas ainda está vivo.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O que eu tenho pra hoje.

Quero falar de fogo.

Quero falar de brasa.

Quero falar de fúria.

Quero falar de tudo o que está aqui dentro. Tudo o que queima e eu não posso ver. Tudo que dói e eu não sei de onde vem.

Devia ter falado de sorte.

Devia ter falado de graça. De alternativa.

Devia ter falado de tudo que eu sei que não existe. Porque mesmo que hajam opções sua alma já tem a resposta, e escolher a alternativa contraria te fará sofrer tanto quanto escolher a certa. Deixe doer, deixe doer que passa.


Sorri para o nojo.

Sorri para o feio.

Sorri para o escuro.

Mesmo que eu não saiba se estou bêbado, ajo como um, sorrindo, mesmo que não se veja não há tão puro remédio. Então eu esqueço que não estou bêbado e tenho ressaca de sorrisos. Como um palhaço, no pior sentido, um idiota. Ainda bem que quase todo idiota é quase sempre feliz. Prefiro ser um.

Olho para o Sol.

Ainda bem que é dia, é raro aproveitar o Sol. Se houvesse aqui um gramado seria aqui meu descanso, meu momento de brilhar, mesmo que com a luz de outros astros. Até ele ir embora.


Até que...

Olho para a lua.

Ainda bem que é noite, e desta vez eu estou são. Hora perfeita de sentar na beira de uma piscina com seu melhor amigo, beber uma cerveja, fumar um cigarro, trocar segredos e fazer planos. Apenas amigos, melhores amigos, para que o estar junto seja por sinceridade, mesmo que só por esta vez. Até ela ir embora.


Até que...

Olho para você.

Não sei se é noite ou dia, não reparei na cor do céu, nem em outra luz que seja a dos seus olhos. Meu cheiro de cigarro é mais forte que seu perfume importado, eu nunca valorizei muito as marcas, talvez isso te irritasse. Eu não sabia o que falar e me atropelava nos verbos toda vez que sua mão gelada tocava minha nuca, talvez isso me irritasse. Eu ria do seu rosto de coitadinho e você criticava meu tênis rasgado, talvez isso nos irritasse. Até você ir embora.


Até que...

Olho para o espelho.

Vejo tudo o que não procuro em alguém em mim mesmo. Talvez seja uma placa: "hei, não seja assim!". Dou risada, muita risada. Digo em voz alta: "Quanta idiotice você já fez na sua vida!". Penso: ainda bem!

Até que...

Tudo o que eu quero falar pra mim mesmo, tudo que eu devia ter falado pra você, virou um sorriso. Um simples, sem sentido e idiota sorriso. Aí que loucura! Aí que absurdo! O quanto eu estava feliz em ser imperfeito e, de tão idiota, rir disso. Toda a minha alegria, todas as minhas respostas estavam naquele sorriso.

De tão bobo que sou, serei eu. De tão imperfeito que sou, serei eu. Como é bom ser eu. Pagar penitências com sorrisos, trocar um adeus por um até logo, trocar todos os meus erros por um "faria tudo outra vez", faria mesmo, talvez pior.

Até que...


Eu acordo pronto pra mais um dia ou noite, ainda não olhei para a cor do céu, minha única certeza é de recepcionar mais um dia ou noite com um sorriso.

É o que eu tenho pra hoje.

domingo, 22 de agosto de 2010

Dormindo Com Agulhas.

Domingo, 9h da manhã. Eu chego em casa.

Olhos vermelhos, hálito de cerveja, perfume de cigarro.

A dor nas pernas era grande, eu não a sentia dor, mas sabia que elas estavam doendo.

Reflito nos 30 segundos fora da minha paranóia que a mente me deixa de presente.


Talvez eu esteja cansado demais pra dormir, talvez eu esteja cansado demais pra acordar no meio de sonhos indesejados. Quando acordado esse sonho se faz triste, mas a cara de ator não me deixa entregar o olhar de desgosto. Dormindo poderei estar mais vulnerável, poderei acordar com o rosto inchado do choro que nunca chorei, sentindo as dores que nunca senti, exausto do sono que nunca dormi.

Enfim as pálpebras fecham, é meio dia e o fisiológico fala mais alto, pelo menos não sinto mais dor de cabeça.

As pessoas na minha casa acordam uma da tarde, algumas as duas. Eu acordo as nove, quando ouvi silêncio, alguns foram trabalhar e outros simplesmente foram embora. Um ou dois cigarros não fazem diferença, mas aquela música sempre me deixa com os olhos de dúvida. Não sei se é fraqueza ou o pouco que resta da minha inocência gritando pra eu deixá-la ir embora de vez.

Ligo o computador, o barulho me irrita.

Aos poucos algumas janelas do msn começam a piscar, e foram todas aquelas que não vi no dia anterior, todas aquelas que eu não queria prestar atenção no momento, e de súbito não prestei. Um simples "oi", "estou bem" já basta. Se insistir a irritação surge em forma de descaso.

Quatro horas depois: cinco cigarros, um filme triste, um pouco de leitura e aquela música com gosto de confusão.


Dali a pouco as pessoas iam começar a chegar, e eu não sei o porque que isso me irrita, ainda não sei.

Um bom dia já estava de bom tamanho, mas às vezes me perguntam se eu estou bem. Eu geralmente não estou, mas prefiro responder que sim. Encurta o papo. Ficar em silêncio também ajuda, o silêncio talvez seja a resposta perfeita, tudo o que você quer dizer sem dizer nada: não, não estou, e não quero falar sobre isso com você.

Sem apologia à depressão, mas queria sonhar com a morte. Com a minha morte. Queria me ver num túmulo e contar as pessoas que estão ao meu redor, depois acordar e perceber o quanto insano eu sou (e você também é), porque sinceramente, eu sei de cor sem sonho algum quais seriam aqueles que chorariam por mim.

Talvez fossem aqueles que eu não dou atenção no msn, aqueles que me ligam meia-noite pra saber se eu já vomitei ou precisarei de ajuda, e principalmente aqueles que mal me vem, mal me conhecem, mas me dão bom dia quando chegam cansados em casa, mesmo correndo o risco de não receberem resposta alguma.


Pode ser isso que perturbe meu sono, que não me deixa agarrar a paz que eu quero mesmo quando estou inconsciente, me perfura no meio da noite e eu pergunto se estou na cama com o lençol ou com agulhas embaixo de mim.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sentar, Escutar e Vomitar.

Não se importe com o tempo.

Ele irá te engolir de qualquer jeito.

Suspiro. Conto até três, tento esquecer lembranças que não deviam fazer mais parte da minha cabeça. Olho para trás, olho para frente, bato a cabeça. Mais uma vez. Eu levanto, eu sempre levantei, e enquanto eu puder eu estarei de pernas cravadas na terra.

O processo já se repetiu por diversos e diversos momentos.

A angústia se torna sombra, rival de toda a luz que você finge ostentar.

Então, você enxuga a desilusão do olho, bate na própria cara e se xinga, porque não há quem culpar, só havia um protagonista, o coadjuvante nunca participou da peça. Era um monólogo, um monólogo cômico, quando a auto-humilhação começa a ficar absurda e você dá risada da própria cara, por toda a vaidade que a maquiou ela continua suja, de sonhos embaraçosos que você fez de um futuro que nunca aconteceu.


Ficar sentado, ficar sentado olhando pro céu, ficar sentado olhando pro céu ouvindo sua música favorita. É o que eu mais penso em fazer. Mas eu nunca estou fisicamente sozinho. Vemos sorrisos e lembranças diante dos olhos todos os dias, e por mais que você queira vomitar sangue, a vergonha te impede, e a aparência te coage a permanecer com a dosagem certa de compostura.

Se um dia eu me abandonar eu não me culpo. Nossos corpos nasceram para desejarem outros, tanto na inveja quanto na sexualidade. Se imaginar no corpo de alguém não é só desejar aquele corpo, é ser tudo o que você queria ser mas não tem capacidade para se tornar, é voar distante da própria carne e perguntar pra alma se ela ainda está a venda. Mas nossas almas não sabem se vender, são o corpo e a mente que nos negociam, a alma apenas chora e luta com todas as forças para que aquela carne apodreça e ela se torne livre.

Talvez por isso envelhecemos, nossas almas já nascem atordoadas, querendo sumir.


Eu sei que você aparenta. Apenas aparenta. Sempre aparenta. Eu também.

Seja num olhar que foge do outro.
Ir por um caminho diferente da rua.
Entrar num outro vagão do metrô.

Mas o que a gente menos quer é aparentar. A nossa vida toda torcemos pra alguém lançar um martelo na nossa cabeça e estilhaçar nossas máscaras, que alguém corra na tua direção e diga tudo o que você não queria ouvir: eu sei o que você é, o que você quer e o porque.

Queremos que os olhares se cruzem.
Nos depararmos por acaso no meio da rua.
Entrar sempre no mesmo vagão do metrô.

Pode parecer ridículo mas às vezes a coincidência pode mesmo acontecer, mesmo sendo propositalmente provocada por nós.

Aí o dia fica mais feliz, e faz menos frio a noite.

Nos aquecemos de esperanças e lembranças que nos comem por dentro. Uma hora nós vomitaremos sangue, na cara, na boca e nos olhos do primeiro que aparecer.

Culpas não desaparecem, elas são passadas de pessoa para pessoa, até que o verdadeiro culpado morra, por isso mesmo é que ele vai ser o verdadeiro culpado.


Já tentei desistir, mas se nem meu corpo acredita no não, porque fazer a mente acreditar?

Amanhã vou tentar sentar, olhar pro céu e escutar uma boa música.

domingo, 25 de julho de 2010

Desaparecidos

Abri os olhos.

Estranheza da sinestesia, não sabia o que sentia. Tinha todos os motivos do mundo para a suprema felicidade, e todos os motivos do mundo para a suprema tristeza.

Me perguntei: Estou feliz ou triste?


Por uma ou duas horas não saí de lugar, como se minha casa fosse mar, e estar na cozinha ou no meu quarto seria o mesmo azul.

Por uma ou duas horas eu tive a impressão de não saber onde estar, como se meu corpo fosse oceano, onipresente, do gelo à beira do deserto.

Por uma ou duas horas tive a impressão de estar mentalmente sufocado, com uma única pergunta, que eu em vários momentos de lucidez não soube responder.

A lucidez que me dá mais respostas, mas ela sempre dá respostas certas.

Respostas certas não significam ser respostas felizes.


Depois de alguns naufrágios, vários afogamentos, não há sobreviventes, nem mortos, apenas um número X de desaparecidos. Ninguém sabe ao certo quantos, mas os números serão contados a partir do momento em que estes saírem para respirar, ou seus corpos forem achados.

Talvez estejam lá no fundo porque queiram, desaparecidos, era tudo o que eles queriam ser naquele momento, talvez já estejam mortos lá no fundo e o corpo submerge devagar, ou ainda nadam para o fundo, com fôlego de medo e coragem de criança.


Esse é o vão em meio ao feliz e o triste: o mar.

Os nados sincronizados se encontram com os mergulhos em queda livre de náufragos desavisados, numa onda onde nem o capitão, nem a tripulação sabem encontrar o roteiro que leva a ilha dos inocentes, de saltos e salvações aleatórias. É tudo mar, é tudo água, não se sabe quem se salva, não se sabe o que se vê.

Talvez seja por isso. A dúvida não está embasada no que não se pode responder, ela só não se dá uma chance de ser respondida.

Sabe-se lá em que mar estou, talvez eu só precise conseguir respirar.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ao Vivo e Bem Gostoso

Geeente! Adoro Show, pulos, alegria, gente suada, malhada e bronzeada se esfregando em mim, aí que delícia! (ou não, depende do nível de álcool)

Que seja, só quero mostrar aqui as apresentações mais RegaçoPower dos últimos tempos!

Florence + The Machine - You've Got The Love



Essa Florence tem uma voz do cão, quase filha de Betânea, as madeixas vermelhas que contra o Sol deixam a fotografia do Show linda, ahaza no gogó, ahaza na vestimenta toda trabalhada na unilateralidade, fora que essa bandeira gay no meio do público que deixa com um charme a mais, no melhor estilo freedom que o Glastonbury já tem. You got my love Florence!

Kylie Minogue - All The Lovers


Kylie, mais que sua música eu admiro seus dancers, que por mais um pouco não viram gogo-dancers. Agora sério, aí quilinda que ela tava, essa apresentação foi feita na final do Germany's Next Tpo Model, que pelo visto é quase um BBB pros alemãesinhos belíssimos! Essas pessoas se pegando, tirando e fazendo cara de orgasmo dão um ar delicioso pro Show parece que a Kylie vai voar e gozar de calor humano, aí como que queria tá lá! E esse dominó humano no final? Amyga, vamos fazer isso com os Models do Fashion Rio aqui em casa, kiki tu acha? Eu topo!

30 Seconds To Mars - Closer to The Edge


Esse Jared é um fervido, eu sou um péssimo crítico quando se fala do 30 Seconds To Mars, porque nem se o Jared Letto pusesse um cocar na cabeça e cantasse Rebolation eu ia iria achar ruim se ele estivesse sem camisa. Mas, sex appeal a parte ele é muito fervido e mesmo com dez pessoas que gastavam da banda na platéia ele continuo gritando igual uma travesti. Luv u Jared!

Lady Gaga - Paparazzi



Aaaah você achou mesmo que não ia colocar ela? Aii amiga, desaprendeu né. A Gaga em poucos anos se tornou a diva das performances mais freaks e vibrantes ela tinha que estar aqui. Na minha opnião essa foi a melhor apresentação televisionada ao vivo que ela fez, eu me arrepio toda a vez que vejo, essa tom sombrio de Paparazzi com essas pessoas morrendo e ela cantando em desespero me deixam maravilhado, fora o solo de piano com a cabeça remexendo, e no fim o sangue... aí que jeito mais glamuroso de morrer. Quando ela esta sangrando, é puxada pela corda e tocam os flashes meus olhos brilham, foi a partir do dia que eu vi essa apresentação que passei a admirar de verdade o trabalho de Lady Gaga.

Gostou?

Hi 5!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ser errado, ser feliz!

Como eu amo ser errado.

Andar por São Paulo 5 horas da manhã com preguiça de voltar pra casa.

Acordar no meio da noite, sentar na varanda e fumar meu cigarro vendo o dia nascer.

Ir sem hora e sem compromisso pra casa de amigos, beber até cair e rir do passado como se fosse ontem.

Botar Florence + The Machine pra tocar e dançar pelado na frente do espelho.

Aí que delícia ...


E pensar que num mundo como o nosso coisas assim são vistas como atividades de gente irresponsável/louca/gay... e são. E eu adoro!

Experiência!

Essa semana passei os dias na casa da minha tia aqui em São Paulo, estou escrevendo daqui inclusive, pois é colega, passei esse período todo numa fase experimental de desmarginalização, sem beber, sem fumar, sem ferver na noite e sem baixarias gays, e adivinha...

Não deu certo. (Jura?)

Eu nunca tive tanta certeza de que eu sou um desvirtuado, um pau torto que nunca se indireita, uma bitch assim como a maior parte dos jovens da minha geração. Euaxu!



Abstinência não dá gente!

É meu último dia aqui, e neste momento eu sou capaz de beber acetona e fumar as cortinas.

Reflexão!

Estava eu numa noite mal-dormida pensando "nossa como eu sou um lixo, um fumante, quase alcoólatra, meio piranha (às vezes) e não me adaptando a ambientes de calmaria". Triste ? quem será esse jovem no futuro?

E eu respondo: MEU CU!

Por mais ridículo que seja o tabagismo, uma pessoa não vai parar de fumar do nada, não sentir falta daquela porra que chama cigarro, o mesmo se aplica ao hábito de beber toda semana (toda semana, não todo dia, por isso que eu disse "quase" alcoólatra), com relação a piranhice eu estou quase a ponto de agarrar um mendigo, o único hábito gay que eu tive essa semana foi ver "Ti Ti Ti" (até a Globo aderiu a essa onda gay mundial) e para por aí. Isso que é triste! Euaxu!



Amanhã volto pra casa, e amanhã mesmo vou ferver mais que Rita Cadilac no Carandiru, dançar até estourar a calcinha, beber do licor da Jurema e mostrar o verdadeiro poder da india pra Iracema.

Cansei de jet bronze, vou tomar um Sol na laje amanhã cedo e te encontro dynoity, tá?

Hi 5!